O Brasil deixa de ganhar 2 pontos porcentuais no Produto Interno Bruto (PIB) ao ano por não conseguir alcançar ao menos a nota média dos estudantes de países desenvolvidos em avaliações internacionais, concluiu um levantamento realizado por pesquisadores da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
As dezenas de estudos analisados levaram em conta resultados dos países em avaliações como o Pisa, feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS). O Brasil é um dos últimos colocados em rankings de avaliações e seu PIB médio, na última década, foi de apenas 0,26%.
Um dos estudos, de autoria de Eric Hanushek, da Universidade de Stanford, de 2022, indica que se os países da América Latina garantissem que todos os estudantes alcançassem o nível básico de proficiência no Pisa, os ganhos para a região ao longo do século 21 somariam US$ 76 trilhões.
Outro estudo considerado pela FGV mostra que a melhora na educação impacta ainda mais os países em desenvolvimento. Em países de renda média alta como o Brasil, o PIB poderia ser elevado em até 16%.
De acordo com o responsável pela pesquisa, André Portela, professor da FGV e diretor do Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para a África Lusófona e o Brasil (Clear), a educação é condição necessária para o crescimento sustentável, para um ciclo virtuoso. Não é só que o país produz mais, há melhora da vida das pessoas, em saúde, com menos criminalidade, salários mais altos, inovação, participação política.
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